
Barco Para A Afurada
( Pedro Abrunhosa)
Leva homens, poetas
E gente encantada,
Trocam beijos, piropos
Pedaços de nada.
Na margem espera
A pressa do dia,
Ficam presas em terra
As vidas vazias.
Atravessam soldados, amantes,
E velhos distantes
E loucos contentes,
Meninas de lábios cortantes
E olhares provocantes
Seduzem correntes.
Rasga o silêncio da estrada
Rio madrugada,
D’ouro, marfim.
O Barco para a Afurada
Cidade cansada
Tão longe de mim.
Rezam padres discretos, selectos
E amores inquietos
Navegam o rio,
Mulheres de futuro cansado
Murmuram um fado,
Enganam o frio.
Sob a sombra da ponte,
Que é a sombra do mundo,
Cada onda é um canto
De um dia profundo,
E o piloto conduz
Mais do que as gentes que leva,
São os sonhos que estã
Ancorados em terra.
Refrão
Tocam-se valsas
E roçam as calças
Por entre dois passos de dança,
Despertam amores,
Esquecem-se as dores
Que o desejo ardente não cansa.
E solta-se o mar
A reboque dos sinos,
São os homens que o barco
Faz de novo meninos,
E acordam poema
Libertos na voz,
Descobrem apenas
Que não estão sós.
Refrão
... Barco que trago no peito,
Meu sonho desfeito,
Espera por mim.
(Episódio dedicado á Eduardo Vela
Que sabe tão pouco ... do muito que causa!)
Sem comentários!!! Meu Deus... falta mta. vela nesse barco!!! Que pena!
ResponderExcluirSem comentários!!! Meu Deus...falta muita "Vela" nesse barco!!! Que pena!
ResponderExcluirobs- esse foi pra retificar! rsrsrs