quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não me peçam!


                                                    Não me peçam razões...


Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
                                                        (José Saramago)



Episódio dedicado: á súplicas.

2 comentários:

  1. Pois é Margot, que a Esperança em nossas vidas seja algo ascessível e presente sempre! Um beijo querida!

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